Na quarta feira desta semana , miúdos vestidos, mochilas feitas, lancheiras recheadas, entregues nas respectivas escolas, respirei fundo e conduzi , a horas e feliz, por ir fazer a minha aula de Localizada. Tinha passado mais de uma semana sem ir ao ginásio, hábito nem sempre certo mas muito acarinhado que re-entrou há uns meses na minha vida. Ia decidida, determinada, cheia de vontade de cuprir o calendário de treino que tinha estipulado. Hoje localizada, amanhã pilates e sexta bodybalance. Acordara, assim, disposta a tomar as rédeas da manhã, a sentir-me no controlo da situação - sem atrasos, sem vacilar, a por-me no lugar devido das prioridades para o começo do auto-cuidado e o fim da inércia.Nada nem ninguém me podia parar .Quando entrei com o ar de quem podia levantar o mundo com uma mão, ( embora na verdade treine com os pesos de 2k) faltavam dez minutos para a hora, bom dia sorridente ( pois, se a vida me sorria!) à senhora simpática da receção, torniquete obediente a dar luz verde à minha passagem até à máquina das senhas.
E ali, a história de sucesso terminou: vagas esgotadas. Não levem a sério o meu tom dramático - só serve para pensarmos nisto como uma metáfora perfeita para tantas situações das quais fazemos depender o nosso bem estar, de como , muitas vezes , precisamos de nos sentir fortes, no controlo, no poder, donos do nosso mundo e como isso é, tantas vezes , só uma ilusão de bem estar, é só um palco falso de luzes feéricas mas na verdade dependentes de um gerador artificial. A história, para meu bem, não acaba aqui. Bufei, refilei com a máquina (e baixinho com o ginásio), como o sistem de senhas. Senti a frustração, a irritação, fiz-me de vítima ( só a mim! logo quando decido vir certinho), armei-me em importante ( vou desistir deste ginásio, eles é que perdem). Depois dei meia volta, suspirei, e ao passar pela saída, resmungando qualquer coisa com a senhora-agora-não- tão- simpática da receção, por sorte, olhei de soslaio para o horário. Ioga dali a meia hora. Não foi um processo imediato. Vou, não vou. Há tanto tempo que não faço ioga, aqui nunca fiz, meia hora ainda... entraram as desculpas, a resistência, o apego à briga comigo própria, com os outros e com a realidade. E depois , talvez a luz do sol, doce e autêntica que entra aquela hora pelo vidro do pátio me tenha iluminado o coração: dei outra meia volta, retirei a senha do ioga. Voltei para o carro pelo caminho mais longo - o que me permitiu um passeio breve e retemperador junto à praia, sorver a maesia, fotografá-la para o meu IG e deixar que me sentisse uma rapariga de sorte. No carro, fiz algum trabalho através do telemóvel e à hora certa entrei, ainda um pouco insegura, para a aula de ioga. Já estão a adivinhar: adorei a aula e decidi colocar o ioga no plano de treino. Ao voltar para casa, sentia-me muito mais flexível: mas não era só por fora. Trabalhar a nossa flexibilidade inteior, a adaptabilidade, a facilidade com que tiramos partido dos imprevistos (que é do que é feita tanta da nossa vida), das surpresas ( mesmo das que não queríamos ter), deixar de ficar apegado à rigidez dos nossos planos, vontades , é, para mim, o verdadeiro caminho de desenvolvimento pessoal. Praticar ioga com a vida, foi a frase que anotei no meu caderno para não me esquecer desta lição e de a partilhar connvosco. Não foiNão
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